terça-feira, 27 de abril de 2010

A experimentação do erro.

Durante uma palestra que proferi hoje sobre infância falava a um grupo de jovens que a curiosidade das crianças é o que as motiva a conhecer o mundo.
E que este conhecimento se fazia na experimentação. Na tentativa, erro, e acerto. Ou até mesmo na tentativa, erro e decepção.
Experimentar, sem medo de errar, considerando sempre a tentativa do acerto.
Bacana isto!!
Mas difícil de se colocar em prática.
Para nós, adultos e professores, que durante nossa formação acadêmica fomos orientados a dar todas as respostas corretas, sem titubear, mostrar dúvida ou desconhecimento está ligado a não ser bom professor. A não ser competente.
Quebrar este paradigma é um desafio grande e transpõem a questão da carreira. Tem impacto direto na nossa relação com a gente mesmo.
Aceitar que erramos e que este erro é um aprendizado, é mostrar a nossa fragilidade humana, desprovida das máscaras sociais e portanto exposta a críticas (que nem sempre são construtivas).
Ao chegar em casa fiz uma experimentação. E errei a beça...
Tentei, com muita dificuldade, fazer no orkut um avatar meu.
Foi muito interessante, porque, não só precisei me ver naquela "bonequinha", me "construir" naquele desenho, como também lidar com as ferramentas de edição que eram novidade para mim.
E quantas foram as tentativas de acerto: muitas e muitas!
Contudo, estava me divertindo e o desafio era extremamente motivador.
O resultado da minha experimentação do erro postei aqui.
Tentem, garanto que é divertido!

sábado, 24 de abril de 2010

A arte em toda experiência - Robert Happé

"Ajudar no processo do despertar dos outros traz equilíbrio para você e para eles. E a luz gerada por estas ações flui para fora e beneficia a todos. Nosso equilíbrio é uma contribuição sem preço para difundir o amor e o cuidado mundo afora. É este movimento de estados de consciência competitiva para estados de consciência cooperativa que gera equilíbrio em todos os níveis. A Educação deve ser alinhada a este propósito. A competição consigo mesmo para fazer o melhor deveria ser encorajada."

A arte em toda experiência - Robert Happé

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Vamos ler poesia?? Quem sabe a vida fica mais leve??


Quem convida é o Quintana.
O convite é irrecusável, veja:

"Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti..."
Mario Quintana

domingo, 18 de abril de 2010

Simples


Assisti ontem a uma entrevista da atriz Regina Duarte, que ao falar de seus netos, disse o quanto se rejuveneceu espiritualmente convivendo com estes.
A atriz disse ainda que, a medida que o tempo passa, nós seres humanos, perdemos a visão infantil, romântica e alegre da vida, nos "endurecendo".
Hoje, conversando com uma pessoa querida, dizíamos sobre o quanto a vida é simples e que por vezes nós a complicamos desnecessariamente.
Fazendo um "link" com estas observações, penso que a vida é considerada simples na infância, porque nossa visão e expectativas para com o que nos acontece nesta fase, é alegre, divertida, desprovida de conceitos e portanto "leve".
A medida que os anos se passam, nossa visão sobre a vida fica impregnada de vivências, algumas boas, outras ruins, conceitos e pré conceitos, valores que adotamos e valores que descartamos.
Inevitavelmente então, passamos a imprimir uma complexidade nas nossas ações cotidianas, que não necessariamente precisaria existir...
Obviamente não podemos descartar os anos, a experiência que adquirimos neste período.
Contudo, parece que ao invés de usarmos esta experiência como sabedoria adquirida com o tempo, e vivermos com mais simplicidade, fazemos o contrário.
Complicamos nossas relações afetivas, profissionais, familiares, porque nos baseamos no que aconteceu, nos valores e conceitos que nos passaram sobre felicidade, sobre o que dizer e o que não dizer, sobre o que é certo e o que é errado.
Quando, na verdade, o passar do tempo nos mostrou que nada é definitivo, que não há verdade absoluta, nem comportamento padrão, nem garantia de nada.
Ou seja: viver é simples mesmo!
Simples como as crianças, sem expectativas, divertido, alegre e leve.
Simples como um lindo céu de outono, como a beleza de um jardim, como o amor nos olhos dos apaixonados, como a risada de uma criança, como dizer o que se sente, sentir o que se diz, como ficar alegre por estar vivo, como escutar o nosso coração e como rir quando se tem vontade.
Assim é a vida com a sabedoria do tempo e a inocência da infância: SIMPLES!

segunda-feira, 29 de março de 2010

É possível protestar com educação e ética!

Recebi hoje um email enviado pela minha irmã.
Como ela sabe que não gosto de emails que são repassados, quando ela me envia algo, sempre leio, pois sei que é interessante.
E realmente era...
Tratava-se de um texto, escrito em um Blog (cujo autor, por questões éticas, prefiro não citar)e portanto disponível a todos.
O texto fazia uma feroz crítica a um evento que aconteceu sábado passado, dia 27 de março, na Lagoa da Pampulha aqui em BH.
Realmente este evento, aberto ao público, demonstrou todo o despreparo da nossa querida Belô para reunir 250 mil pessoas.
O trânsito parou por mais de quatro horas na região da Pampulha: quem queria chegar não conseguia e quem queria sair também não.
Pessoas passaram mal, e poucos conseguiram realmente ver o desfile de personagens infantis que eram as grandes vedetes do evento.
Tudo isto foi largamente noticiado e comentado no dia de hoje pela cidade.
Mas a agressividade com que a pessoa escreveu em seu Blog sobre este evento, sobre a incapacidade de cidade em se organizar para a reunião de grandes massas populacionais, me chocou.
A palavra é esta mesmo: choque.
Como as pessoas estão agressivas!
Será que só eu estou notando isto??
Há atualmente uma necessidade de todos em deixar claro este sentimento de ser contra, de protesto, de ser claro, de ser "verdadeiro", custe o que custar...
Isto está perigoso, pois está custando caro, muito caro, para a humanidade.
Se pretendemos conviver em uma sociedade saudável precisamos rapidamente rever esta atitude.
É possível protestarmos, colocarmos nosso ponto de vista e sermos verdadeiros com nossos sentimentos, sem sermos agressivos, sem ofendermos os outros ou nos expormos em excesso.
Afinal, ninguém é igual a ninguém... e a minha liberdade começa quando termina a de meu colega e vice versa.
Pelo menos foi isto que aprendi com meus pais e professores ...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Tempo, tempo, mano velho....

A questão do tempo é algo que me intriga.
Todos sabemos que é uma criação humana, e que é totalmente relativo.
Se fazemos algo com envolvimento, prazer e interesse, o tempo "voa".
Se a atividade de alguma forma é uma obrigação, se não nos envolvemos, então, o tempo "não passa".
Contudo, mais complexo, é que estamos virando escravos do nosso tempo (se é que se pode ser escravo de si mesmo!).
Na música do Pato Fú (Banda Mineira da melhor qualidade) a frase:
" Tempo, tempo, namo velho falta um tanto ainda eu sei... Prá você correr macio.", me fez refletir sobre isto.
Quando será que eu vou poder me apropriar do meu tempo e não ser escrava dele??
Ser escrava de mim mesmo não é fácil...
Sou muito exigente...
No feriadão de carnaval, tive a grande oportunidade de me apropriar de meu tempo.
Fiz o que queria: dormi a hora que quis, passeei, acordei a hora que quis, escrevi, estudei, fiquei "à toa", encontrarei com amigos, fiz novas amizades, fiquei sozinha.
Ufa! Nem notei que tive tanto "tempo"...
Foi divino ver que posso, sim, deixá-lo "correr macio".
Então, como a Fernanda Takai, fiz um convite ao meu tempo:
"Fique comigo,
Seja legal,
Conto contigo,
Pela madrugada,
Só me interrompe no final..."
Meu tempo ainda está estudando o convite.
Mas acho que teremos um acordo!

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Por quê perdemos a conexão?


Se você não viu o filme AVATAR saiba que realmente está perdendo uma das mais belas histórias sobre viver em sociedade que já pude presenciar até hoje.
Obviamente os efeitos especiais e os recursos tecnológicos empregados são um show, mas, sinceramente, isto é o de menos.
O filme apresenta, de forma bastante simples, a fundamental e complexa discussão sobre a "conexão" da humanidade com o planeta, com todos os seres vivos que coexistem em um mesmo território.
Independente da espécie (mineral, animal, vegetal ou humana), da língua falada, do credo, da cor da pele, das opções sexuais, queiramos ou não, estamos sim todos conectados nesta grande rede energética da qual o planeta terra faz parte.
E apesar de ser tão óbvio, por vezes, nos esquecemos disto.
Com certeza o sucesso de AVATAR se deve a esta questão: trazer a tona a discussão da importância desta conexão para todos nós como comunidade, e para cada um em particular.
De tudo que é apresentado no filme quanto a esta temática, o que mais me fez refletir sobre este assunto, é que os Navis, povo que habita o planeta Pandora, faz esta "conexão" com os outros seres de seu planeta através de seus rabos.
Esta metáfora é esplêndida!!
Nós também já tivemos rabos, segundo a teoria da evolução das espécies.
Quando estávamos, no processo de nossa evolução humana, mais próximos dos macacos, tínhamos rabo, hoje ele se atrofiou...
Será que vivemos então uma evolução ou uma involução??
Sem "rabo", como temos feito as conexões com os seres que coabitam nosso planeta?
Ou melhor: estamos fazendo estas conexões??