quarta-feira, 7 de junho de 2017

quarta-feira, 26 de abril de 2017

Gestão Colegiada de Sites, Blogs e Perfis de Instituições Escolares: uma possibilidade democrática!

Conteúdos postados em sites, blogs ou perfis de mídias sociais, que trazem o nome de instituições, tem ligação direta com a política e filosofia daquela instituição. Em instituições privadas a política e a filosofia são definidas pelo "dono" da empresa/marca. Em instituições públicas a política e filosofia são definidas por um grupo que se compõem de vários atores e até mesmo de outras instituições hierárquicas. E ainda: todos os processos de instituições públicas estão atrelados à gestão eleita para aquele período.
Diariamente presencio discussões sobre criação e utilização de sites, blogs ou perfis em mídias sociais, por instituições escolares públicas, e por isso, me senti instigada a fazer uma reflexão sobre este assunto.
Os endereços digitais das escolas são espaços escolares, como as salas de aula, as quadras, laboratórios, etc. Contudo, são espaços virtuais destas escolas, no melhor exemplo de virtualidade segundo Pierre Levy: espaços não físicos, imateriais, significações das escolas.
Neste sentido, os espaços virtuais escolares também precisam ser acompanhados pelos gestores escolares.
A gestão colegiada está inserida (ou deveria estar!) na maioria das instituições escolares públicas brasileiras. Os Colegiados Escolares ou Conselhos Escolares são responsáveis por promover e propiciar a gestão democrática e participativa nas instituições escolares. Para isto, cabe aos conselheiros deliberar sobre as normas de funcionamento da escola, bem como participar na elaboração do Projeto Político-Pedagógico das instituições. Além disso, também lhe são atribuídas a análise e acompanhamento de todas as demandas dos diversos segmentos da instituição, para que, de forma colegiada e democrática, proponham sugestões. Finalmente, mas não menos importante, à estes conselheiros é imputada a responsabilidade de acompanhar a execução dos projetos pedagógicos e dos processos administrativos e financeiros,  fomentando a cidadania e contribuindo para formação de todos os atores do processo educativo.
Nesta perspectiva, o Ministério da Educação (MEC) por meio do Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares (PNFCE) publicou em 2013 o livro intitulado CONSELHO ESCOLAR:  Processos, Mobilização, Formação e Tecnologia,  como parte do material didático deste programa.
Fica evidente, nesta publicação, a necessidade de formação continuada dos conselheiros. Há também artigos com relato de experiências sobre a utilização de plataformas tecnológicas e/ou sites como ferramentas tecnológicas para subsidiar esta formação.
Assim, considerando as reflexões anteriores sobre os espaços virtuais das escolas e a gestão colegiada, pressupomos que os Conselhos Escolares poderiam também realizar a discussão sobre os conteúdos postados em sites, blogs ou mídias sociais das instituições escolares. Isto porquê os conselheiros representam os vários segmentos da comunidade escolar, deliberam e acompanham a gestão escolar e a execução das atividades pedagógicas, e portanto, conhecem a política e filosofia da instituição. Além disso, dialeticamente, estes conselheiros discutem e constroem tal política e filosofia no próprio cotidiano.
Isto posto, a gestão colegiada de sites e blogs de instituições escolares, especialmente as públicas, é uma possibilidade democrática, factível e que corrobora para o fomento da gestão democrática, conforme previsto na meta 19 do nosso Plano Nacional de Educação.