domingo, 18 de abril de 2010

Simples


Assisti ontem a uma entrevista da atriz Regina Duarte, que ao falar de seus netos, disse o quanto se rejuveneceu espiritualmente convivendo com estes.
A atriz disse ainda que, a medida que o tempo passa, nós seres humanos, perdemos a visão infantil, romântica e alegre da vida, nos "endurecendo".
Hoje, conversando com uma pessoa querida, dizíamos sobre o quanto a vida é simples e que por vezes nós a complicamos desnecessariamente.
Fazendo um "link" com estas observações, penso que a vida é considerada simples na infância, porque nossa visão e expectativas para com o que nos acontece nesta fase, é alegre, divertida, desprovida de conceitos e portanto "leve".
A medida que os anos se passam, nossa visão sobre a vida fica impregnada de vivências, algumas boas, outras ruins, conceitos e pré conceitos, valores que adotamos e valores que descartamos.
Inevitavelmente então, passamos a imprimir uma complexidade nas nossas ações cotidianas, que não necessariamente precisaria existir...
Obviamente não podemos descartar os anos, a experiência que adquirimos neste período.
Contudo, parece que ao invés de usarmos esta experiência como sabedoria adquirida com o tempo, e vivermos com mais simplicidade, fazemos o contrário.
Complicamos nossas relações afetivas, profissionais, familiares, porque nos baseamos no que aconteceu, nos valores e conceitos que nos passaram sobre felicidade, sobre o que dizer e o que não dizer, sobre o que é certo e o que é errado.
Quando, na verdade, o passar do tempo nos mostrou que nada é definitivo, que não há verdade absoluta, nem comportamento padrão, nem garantia de nada.
Ou seja: viver é simples mesmo!
Simples como as crianças, sem expectativas, divertido, alegre e leve.
Simples como um lindo céu de outono, como a beleza de um jardim, como o amor nos olhos dos apaixonados, como a risada de uma criança, como dizer o que se sente, sentir o que se diz, como ficar alegre por estar vivo, como escutar o nosso coração e como rir quando se tem vontade.
Assim é a vida com a sabedoria do tempo e a inocência da infância: SIMPLES!

Um comentário:

Anônimo disse...

Que bom poder ler estas reflexões!

E te reconhecer nelas.


Geraldo