segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Avaliação para as aprendizagens.

Avaliar faz parte da vida humana. A todo momento nos avaliamos, avaliamos nossas escolhas, opções, caminhos a seguir. Avaliamos as pessoas, as situações, os relacionamentos, as finanças, os objetos. Em outras palavras, damos um juízo de valor àquilo que de alguma forma nos interessa.
Nas instituições escolares o processo avaliativo da aprendizagem (temido e famigerado pelos estudantes!) é sistematizado e planejado. Tem um caráter de medida  pois se propõem a verificar se os conteúdos curriculares desenvolvidos ao longo dos dias/meses/trimestres/semestres/anos letivos foram efetivamente aprendidos pelos estudantes. E representa, ainda, a resposta a um compromisso institucional com a comunidade escolar e com a sociedade: demonstrar que os estudantes estão aprendendo.
Desafio enorme para professoras e professores de todos os níveis de ensino e etapas de escolaridade que precisam escolher e/ou desenvolver instrumentos avaliativos em consonância com os objetivos das aprendizagens, com o contexto sócio-histórico no qual a aprendizagem se realiza,  que considerem a  heterogeneidade dos sujeitos envolvidos, e ainda, que consigam produzir dados relevantes sobre o processo de ensino-aprendizagem. 
Neste sentido, deve-se considerar, também, que há um currículo oculto permeando as ações pedagógicas e influenciando todo o processo avaliativo nas escolas. Tal influência é verificada no conceito que se tem de avaliação escolar e que prevalece no senso comum: a avaliação como identificação do erro, do que o estudantes foram incapazes de realizar e uma estratégia punitiva que leva a um processo de recuperação/evasão.
Faz-se necessário constatar, aina, que além da avaliação direta, que utiliza instrumentos,  há a avaliação indireta, que se realiza no dia a dia da escola, por todos os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem, na interação dos atores deste processo e de forma dialógica.
Neste complexo contexto é preciso questionar: a avaliação escolar retrata realmente o que o estudantes aprenderam? 
A primeira questão que se coloca é conhecer se a avaliação direta e indireta, realizada nas instituições escolares, demonstram o quê e como os estudantes aprendem, e ainda, como estes desenvolvem suas habilidades/competências. Para responder a esta questão é necessário realizar uma avaliação diagnóstica bem planejada e que utilize instrumentos capazes de coletar informações sobre os conhecimentos, habilidades/competências consolidadas e/ou em processo de consolidação pelos estudantes. Diagnóstico este que servirá de norte para o planejamento educativo e será realizado várias vezes ao longo do processo de ensino-aprendizagem, para orientar as definições ou redefinições das estratégias pedagógicas. 
Isto posto, uma segunda questão se coloca: é preciso desenvolver ações de avaliação formativa, durante todo o processo de ensino-aprendizagem, com foco em devolutivas que sejam significativas. Estas ações devem envolver  os estudantes e os professores, os estudantes e seus pares, os professores e seus pares, a coordenação pedagógica, os gestores escolares e as famílias. Em outras palavras é esta a avaliação que, feita durante o processo de aprendizagem, demonstrará aos estudantes, aos professores, e toda a comunidade escolar como está se desenvolvendo o trabalho pedagógico naquele contexto e para aqueles objetivos planejados.
Finalmente, e preciso refletir sobre as avaliações somativas. Como reflexo de todas as ações anteriores as avaliações somativas apresentarão de forma sintética, por meio de notas ou conceitos, o que os estudantes alcançaram frente aos objetivos propostos no planejamento. Estas avaliações, normalmente realizadas ao final de uma etapa escolar, devem estar vinculadas à todas as formas avaliativas realizadas ao longo do processo de ensino-aprendizagem, para que realmente representem o nível de aprendizagem alcançado pelo estudantes.
Desta forma, fica evidente que realizar uma avaliação para as aprendizagens requer convergência de ações e interesses, critério e muito planejamento.





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